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TRABALHO  T2       -         FERRAMENTAS DO GRÁU

 

JOSÉ LUIZ FERNANDES    C    M 

 

A RÉGUA DE 24 POLEGADAS

 

A polegada é uma medida antiga que se afastou do sistema métrico francês, contudo, ainda é usada por nós brasileiros esporadicamente.

A maconaria a adota porque simboliza o dia com as 24 horas, assim a régua maconica mede 0,66, sessenta e seis centimetros, (a polegada mede 0,0275 m).

Pelo seu tamanho já sugere que seja um instrumento destinado à construcão.

Filosoficamente, o macom deve pautar a sua vida dentro de uma determinada medida, ou seja, deve programá-la corretamente e não se afastar dela.

A programacão é necessária para que a vida resulte equilibrada e vitoriosa.

Essa programacão compreende as 24 horas do dia, o que equivale a programar as horas de trabalho, lazer e descanso.

 

O MACO

 

O maco é um martelo com maiores proporcões, instrumento formado por uma “testa”  e um cabo, sua utilidade bater, seja para construir como para destruir.

Maconicamente, o maco é a ampliacão do malhete, instrumento empunhado pelo venerável mestre e pelos vigilantes.

O maco sugere duas situacões, uma ativa, outra passiva, ativa é quando bate, a passiva quando o batido sofre o choque”.

O que nos lembra o maco, senão que o usamos na iniciacão , dando três pancadas na pedra bruta?

Podemos tirar uma boa licão desse instrumento tão contundente, que o podemos usá-lo em nós próprios para retirar as arestas de nossa pedra bruta.

A moconaria é uma escola, mas há a viabilidade de uma auto-educacão, em vez de espera que alguem nos “bata” para retirar arestas, devemos nos adiantar e nos “auto-bater” desta forma o resultado será mais suave e preciso.

Reconhecer os próprios erros já é uma prática de desbastamento, de humildade e de inteligência.

Corrijamo-nos, antes que outrem o faca, assim evitaremos desentendimentos e dores inuteis.

 

O CINZEL

Não se pode bater direta e brutalmente com o maco na pedra bruta, sob pena de quebrá-la. Por isso, torna-se necessário o intermédio da outra ferramenta, O Cinzel, que deve ser afiado sem cessar, com paciência, o que simboliza para o macom, a necessidade imprescindivel de rever constantemente os seus conhecimentos. É  o cinzel de aco, que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda, lado passivo, e corresponde à receptividade, ao discernimento especulativo. O maco é a vontade executiva, insignia do mundo; vibrado com a mão direita, lado ativo, está relacionado com a energia atuante e a determinacão moral de onde emana a realizacão prática.

 

 

O COMPASSO

 

O compasso representa a imagem do pensamento nos diversos círculos percorridos por ele; o afastamento das duas pernas, assim como sua aproximacão, figurariam como os diversos modos de raciocinio, que em certos casos deve ser amplo e abundante, e em outros, preciso e diminuto, porém sempre claros e persuasivos.

O compasso provoca a sensacão  de um infinito-tempo limitado no espaco. Representa o Relativo; lembrando a figura humana, possui a cabeca e duas pernas, que se afastam ou se aproximam à vontade. Da  mesma forma que o esquadro é o instrumento fixo, o compasso é móvel. Em relacão ao esquadro que é o passivo o compasso é o ativo.

 

A ALAVANCA

 

A alavanca é o símbolo da forca, servindo para erguer os mais pesados fardos. Moralmente ela representa a Firmeza de caráter, a Coragem do homem independente e o Poder do amor à Liberdade. O uso sem moderacão da alavanca poderá trazer efeitos maléficos, e para evitar tal fato, é ela acompanhada pela régua, simbolizando o comedimento das atitudes.

A régua e a alavanca são análogas, pois ambas tem a forma da linha reta. A régua refere-se ao espírito; a alavanca relaciona-se com a matéria. A Alavanca, da mesma forma que o Cinzel, é instrumento passivo, é inerte por si mesmo. Relaciona-se, portanto, com o conhecimento que se torna somente iniciático , quando seu possuidor for também iniciável, isto é, capaz de compreender. Mas  a partir deste momento, a alavanca torna-se uma forca fecunda, poré, ao mesmo tempo, cega e, por isso mesmo, perigosa. É a razão pela qual só deve expressar-se quando controlada pela régua (comedimento), pelo nível (justica) e pelo esquadro ( retidão).

 

O ESQUADRO

 

O esquadro é indispensável para dar forma regular aos materiais; seu ângulo reto simboliza a “Retidão de caráter” e a conduta digna e irrepreensível que deve ser mantida pelo homem na sociedade. A régua acompanha o Esquadro, com a finalidade de dar, em todos os trabalhos, a necessária direcão, pois todo esforco mal conduzido é esforco perdido. Em certo sentido, o Esquadro representa a acão do homem sobre a matéria, e em outros, a acão do próprio homem sobre si mesmo. Sendo uma peca fixa, é o Esquadro considerado “passivo”em relacão com a matéria. Considerado isoladamente, o Esquadro é um símbolo equivalente ao místico “TAU” dos Egípcios, quer dizer, a união do nível com o prumo, por meio dos quais se levanta um muro e se constroem edifícios.

 

Bibliografia

O Companheiro macom – O Vigilante e seu pupilo

Heitor Botelho – Editora Maconica  A Trolha

 

Ritual do Companheiro Macom – Grande Oriente do Brasil

 

Grau do Companheiro e seus Mistérios – Jorge Adoum – editora Pensamento

 

Ritual do Grau de Companheiro – J M Ragon

 

Breviário Maconico – Rizzardo Camino – Madras Editora

 

 

A R L S CARIDADE III – ORIENTE DE TATUÍ  -  ABRIL 2004

 

JOSÉ LUIZ FERNANDES      C   M