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PROGRAMA DE DOCÊNCIA MAÇÔNICA

   PEÇA DE ARQUITETURA

 

Marconi Matareli Câmpara – Comp.: M.:

 

                              OS CINCO SENTIDOS. O SEXTO SENTIDO.

 

Como sabemos, o corpo humano é dotado de cinco sentidos visíveis (capacidades) que lhe possibilita interagir com o mundo exterior (pessoas, objetos, luzes, fenômenos climáticos, cheiros, sabores, etc.), a partir de determinados órgãos que captam e transmitem ao cérebro, através do sistema nervoso, as sensações do tato, olfato, visão, audição e paladar. A natureza destes sentidos é biológica, do plano Físico, inerentes ao funcionamento da máquina humana.  Mas possuímos também os cinco sentidos no plano Mental, sendo eles o pensamento, a consciência, a inteligência, a vontade e o livre arbítrio, que representam a estrutura do funcionamento da máquina cerebral, a mente, e que regem a interação do homem consigo mesmo e com a sociedade. Tal como os sentidos físicos, que identificam, possibilitam e satisfazem as necessidades do corpo material, os sentidos mentais o fazem da mesma forma, dando ao homem a possibilidade de se tornar um ser liberto, inteligente e produtivo, através da meditação, da imaginação, da concentração, do conhecimento e do desejo de trabalhar. Entretanto, é de nosso conhecimento que o homem é possuidor de mais uma capacidade, identificada como “o sexto sentido”, ou se preferirmos, a intuição. A palavra “intuição” é derivada do termo latino intueri (in+tueri), que significa “olhar para dentro”. Esta esplêndida dimensão humana é quase sempre retratada em palavras ambivalentes e com significados obscuros, às vezes, tais como: revelação, metafísica, fé, êxtase, premonição, clarividência, etc. Foi definida por Carl Gustav Jung (1875-1961) psiquiatra suíço, como uma “capacidade inconsciente de

 

 

perceber possibilidades”, e pelo filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882), como uma “sabedoria interior que se expressa e orienta por si própria”. Muito do que nos surge em pensamentos ou palavras, e que nos faz reconhecer aquilo que há muito já sabíamos, ou ainda sensações que nos surgem quando precisamos de respostas internas rápidas, nada mais são que nuances da intuição, que é um fenômeno psíquico muito natural e presente no quotidiano de nossas vidas. A intuição de algo é um conhecimento que parece chegar até nós sem sabermos de onde vem, é uma percepção súbita e que nunca adormece.  A utilização conjunta destes sentidos mentais é que proporciona ao homem as condições necessárias para almejar o desejado aperfeiçoamento interno, objeto da doutrina de nossa sublime instituição. Na Maçonaria, a aplicação destes sentidos norteia a jornada de aprendizado no 2º Grau, identificados nas cinco viagens realizadas no ritual de elevação do Ap.: M.:, juntamente com as ferramentas e suas aplicações, e no painel da loja de Comp.:, na figura da escada em caracol formada por três lances de três, cinco e sete degraus, respectivamente, representando a estrutura de uma L.:, onde 3 a governam, 5 a constituem e 7 ou mais a tornam perfeita. Representam, também, o número de anos necessários dedicados aos estudos e à evolução nos graus de Ap.:, Comp.: e M.:. No segundo lance da escada, podemos ler nos eretores dos cinco degraus, as palavras ouvir, ver, apalpar, cheirar e provar que, como dissemos no início da dissertação, representam os cinco sentidos visíveis. Podemos deduzir, então, que os pisos dos cinco degraus que completam a estrutura deste lance da escada simbolizem os outros cinco sentidos, os mentais, invisíveis, sugerindo assim que o equilíbrio, princípio que rege o universo, entre o corpo e a mente, conduza a jornada da vida. Do ponto de vista maçônico, representa emblemáticamente o grau de Comp.:, retratado nas  ferramentas (matéria) e nas maneiras racionais e apropriadas de utilizá-las (psique), na busca contínua pelo aperfeiçoamento na construção de uma obra de vida justa e perfeita.  

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

1 - https://pt.wikipedia.org/wiki/escada/Jung/Emerson.Consulta realizada em 19/11/2011.

                                                        

2 – ADOUM, Jorge. GRAU DO COMPANHEIRO E SEUS MISTÉRIOS. São Paulo. Editora Pensamento.

 

3 – McNALLY, Luis Javier Miranda. COMPANHEIRO. 1ª Edição. Londrina. Editora Maçônica “A Trolha”. 2005. Págs. 65 a 72.

 

4 – DA CAMINO, Rizzardo – SIMBOLISMO DO 2º GRAU “COMPANHEIRO”. Reprodução. Pág. 09 a 11.

 

4 - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. RITUAL E INSTRUÇÃO DO GRAU 2. R.: E.: A.: A.:. Iniciação. Grau de Companheiro. Elevação. 1999. Págs. 8, 9, 55 e 56.

 

                                     Oriente de Belo Horizonte-MG, 22 de Agosto de 2011

 

                                                      Marconi Matareli Câmpara

                                        Comp.: M.: 


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